terça-feira, 22 de outubro de 2013

Ele



Todos os momentos ao seu lado parecem especiais, mesmo os mais tímidos, calados. Nos tornamos dois corpos distantes e mudos, como se alguém tivesse colocado a cena no multe, porém, ele exala um cheiro, um cheiro dele que é só dele e eu fico ali sem dizer nada, sem nem sentir falta das palavras porque, no momento, estou inebriada, tentando disfarçar o meu contento com seu odor. Logo mais sou obrigada a quebrar o silêncio, não quero que ele pense que não temos assunto, talvez nem tenhamos tanto, ele passa a maior parte do tempo implicando com tudo que eu digo, mas é bom, porque as vezes ele sorri e ah! Como eu amo seu sorriso, mesmo quando malicioso, tem uma brandura de criança e, de repente, o mundo parece melhor, o mundo é melhor quando ele sorri. Eu sei, eu sei! Estou fantasiando de novo, sempre me deixo levar quando ele me olha nos olhos. Tem algo nos seus olhos castanho que me prendem e ele sabe como me manter presa, mas logo ele abaixa o olhar, talvez não saiba lidar. Poderia culpa-lo? Não, essas coisas não exigem culpados, nem vítimas. Somos prisioneiros da conveniência. Minhas pupilas estão dilatadas, minha respiração ofegante, meu cigarro não me deixa esconder o nervosismo e ele vê, ele sabe que sou sua. Mas talvez eu não seja o suficiente.

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