segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Menininha




"Quando fora menininha
Tinhas as ancas tão frágeis e magras
E sonhava de olhos abertos tanto quanto fechados
Ludibriada pelos contos de fada
Nada se compara a beatitude dos devaneios
Levando-me de encontro a um príncipe enamorado
E não precisara narrar o conseguinte da história
Já sabia que dali em diante seria feliz para sempre
Até que a mocidade veio à porta bater
Como sopro de lobo sobre a casa de palha
As fadas me desencantaram
O sapo nunca tornou-se príncipe
E aquela menininha faceira
Que um dia acreditara em magia
Esquecera o par do sapatinho de cristal
No sótão dos sonhos perdidos
Abandonados diante da realidade de crescer."